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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 18:15:53 GMT -3
Enunciado oficial da prova aqui. Vou colocar a resolução de uma questão por post. Peço que não postem nada aqui até eu terminar. São $10$ questões. Solução: O integrando é equivalente à $$\frac{(e^{-x}+e^{x})}{1+x^2+x^4}\cdot \cos\left(\frac{\pi-x}{2}\right),$$ que é uma função ímpar. De fato, a primeira parcela é claramente par, e a segunda é ímpar. Veja: $$\begin{align} \cos\left(\frac{\pi-x}{2}\right) &= \cos \left(\frac{\pi}{2}\right)\cos\left(\frac{x}{2}\right) + \sin\left(\frac{\pi}{2}\right)\sin\left(\frac{x}{2}\right) = \sin\left(\frac{x}{2}\right) \\ \cos\left(\frac{\pi+x}{2}\right) &= \cos \left(\frac{\pi}{2}\right)\cos\left(\frac{x}{2}\right) - \sin\left(\frac{\pi}{2}\right)\sin\left(\frac{x}{2}\right) = - \sin\left(\frac{x}{2}\right) \end{align}$$ Mas o produto de uma função par por uma função ímpar é, novamente, uma função ímpar. E a integral de uma função ímpar sobre um intervalo da forma $]-a,a[$ é zero, por simetria.
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 18:24:35 GMT -3
Solução:
a) Para o primeiro limite, faça a substituição $y = 1/x$. Assim: $$\lim_{x \to 0^+} x \tanh \left(\frac{1}{x}\right) = \lim_{y \to +\infty} \frac{\tanh y}{y} = 0,$$ visto que $\tanh y \to 1$ se $y \to +\infty$. Do mesmo modo: $$\lim_{x \to 0^-} x \tanh \left(\frac{1}{x}\right) = \lim_{y \to -\infty} \frac{\tanh y}{y} = 0,$$ pois $\tanh y \to -1$ se $y \to -\infty$. Portanto o limite existe e vale zero.
b) Para o segundo limite, note que surpreendentemente não temos nenhuma indeterminação. Diretamente: $$\lim_{x \to 0} \frac{x-1}{\sin(x^2-1)} = \frac{-1}{\sin(-1)} = \frac{1}{\sin 1} = \csc 1.$$
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 18:48:14 GMT -3
Solução:a) Basta notar que: $$\left(\sqrt{a} - \frac{1}{\sqrt{a}}\right)^2 \geq 0 \implies a - 2\sqrt{a}\frac{1}{\sqrt{a}} + \frac{1}{a} \geq 0 \implies a+\frac{1}{a} \geq 2.$$ b) A função não está definida para $x = 0$. Os limites importantes são: $$\lim_{x \to 0^+} f(x) = \lim_{x \to +\infty} f(x) = +\infty, \qquad \text{e}\qquad \lim_{x \to 0^-}f(x) =\lim_{x \to -\infty} f(x) = -\infty.$$ Destes limites, já temos que a reta vertical $x = 0$ é uma assíntota vertical do gráfico de $f$. Note que $f$ é uma função ímpar, então bastaria analisarmos a função para $x > 0$ e as conclusões para o outro lado seguem por simetria. Temos: $$f'(x) = -\frac{1}{x^2}+1,$$ portanto $f'$ se anula para $x = 1$ e $x = -1$. Analisando a natureza destes pontos críticos, temos: $$f''(x) = \frac{2}{x^3} \implies f''(1) = 2 > 0, \quad f''(-1) = -2 < 0,$$ assim $x = 1$ nos dá um máximo local de $f$, e $-1$ nos dá um mínimo local. Da expressão para $f''$ ainda temos que a concavidade do gráfico é para cima, se $x > 0$, e para baixo se $x < 0$. Por fim, vamos procurar assíntotas oblíquas. Procuramos os valores de $a$ e $b$ tais que $\lim_{x \to \pm \infty} f(x) - (ax+b) = 0,$ se existirem. Mas $f(x) -(ax+b) = x^{-1} + (1-a)x - b$. Se esta expressão vai pra zero, devemos ter $1-a = 0$ e $b = 0$. Então a reta $y = x$ é a (única) assíntota oblíqua do gráfico. Um desenho:
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 20:14:21 GMT -3
Solução: Chame $b$ a base e $h$ a altura da pirâmide. Temos que maximizar a função $V(b,h):= \frac{b^2h}{3}$ sujeita à condição: $$A(b,h) = b^2 + 2b\sqrt{\frac{b^2}{4}+h^2} = 1.$$
Para ver isto, note que a altura de uma face lateral é a hipotenusa de um triângulo retângulo com catetos $h$ e $b/2$. Então temos:
$$\begin{align} b^2 + 2b\sqrt{\frac{b^2}{4}+h^2} &= 1 \\ 2b\sqrt{\frac{b^2}{4}+h^2} &= 1 - b^2 \\ 4b^2\left(\frac{b^2}{4}+h^2\right) &= 1 - 2b^2 + b^4 \\ 4b^2h^2 &= 1-2b^2 \\ h &= \frac{1}{2}\sqrt{\frac{1-2b^2}{b^2}} \end{align}$$
Substituindo, temos (abusando da notação) $V(b) := V(b, h(b)) = \frac{1}{6}b^2 \sqrt{\frac{1-2b^2}{b^2}} = \frac{1}{6}b\sqrt{1-2b^2}$. Vamos achar o ponto crítico de $V$. Temos: $$V'(b) = \frac{1}{6}\left(\sqrt{1-2b^2} - \frac{2b^2}{\sqrt{1-2b^2}}\right),$$ que só se anula quando $$\sqrt{1-2b^2} = \frac{2b^2}{\sqrt{1-2b^2}} \implies 1-2b^2 = 2b^2 \implies b = \frac{1}{2} > 0.$$ Pela geometria do problema, $b = 1/2$ é um ponto de máximo da função volume. O volume máximo procurado é: $$V\left(\frac{1}{2}\right) = \frac{1}{6}\frac{1}{2}\sqrt{1 - 2\frac{1}{4}} = \frac{\sqrt{2}}{24}.$$
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 20:27:05 GMT -3
Solução: Note que $$\int_0^\pi e^x \sin x \cos x \ {\rm d}x = \frac{1}{2}\int_0^\pi e^x \sin(2x) \ {\rm d}x.$$ Calculemos e tomemos a parte imaginária de $$\int_0^\pi e^{(1+2i)x} \ {\rm d}x.$$ Corrigiremos o fator $1/2$ no final. Temos: $$\begin{align} \int_0^\pi e^{(1+2i)x} \ {\rm d}x &= \frac{1}{1+2i}e^{(1+2i)x} \Big|_0^\pi \\ &= \frac{1}{1+2i }\left(e^{(1+2i)\pi} - e^{(1+2i)0}\right) \\ &= \frac{1}{1+2i} \left(e^\pi \left(e^{i\pi}\right)^2-1\right) \\ &= \frac{1}{1+2i} (e^\pi -1) \\ &= \frac{1}{5}(1-2i)(e^\pi - 1). \end{align}$$
Tomando a parte imaginária deste resultado e dividindo por $2$ obtemos: $$\int_0^\pi e^x \sin x \cos x \ {\rm d}x = \frac{1 - e^\pi}{5}.$$
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 21:00:05 GMT -3
Solução: O elemento de arco nas coordenadas canônicas do $\Bbb R^2$ é ${\rm d}s^2 = {\rm d}x^2 + {\rm d}y^2$. Temos: $$\begin{cases} x = r \cos \theta \\ y = r \sin \theta \end{cases} \implies \begin{cases} {\rm d}x = \cos \theta \ {\rm d}r - r \sin \theta \ {\rm d}\theta \\ {\rm d}y = \sin \theta \ {\rm d}r + r\cos\theta \ {\rm d}\theta\end{cases},$$ de modo que substituindo na expressão para ${\rm d}s^2$, os termos com ${\rm d}r \ {\rm d}\theta$ se cancelam e obtemos o elemento de arco em coordenadas polares: $${\rm d}s^2 = {\rm d}r^2 + r^2 \ {\rm d}\theta^2.$$
Da relação dada, temos ${\rm d}r = -2\sin \theta \ {\rm d}\theta$. Também temos $r^2 = 4+8\cos \theta + 4\cos^2\theta$. Daí: $${\rm d}s^2 = (8+8\cos\theta) \ {\rm d}\theta^2,$$ e assim só nos resta calcular o comprimento de arco: $$s = 2\sqrt{2}\int_0^{2\pi} \sqrt{1 + \cos \theta} \ {\rm d}\theta.$$
Temos: $$s = 2\sqrt{2}\int_0^{2\pi} \sqrt{1 + \cos \theta} \ {\rm d}\theta = 2\sqrt{2} \int_0^{2\pi} \frac{|\sin \theta|}{\sqrt{1- \cos \theta}} \ {\rm d}\theta = 2\sqrt{2}\left( \int_0^{\pi} \frac{\sin \theta}{\sqrt{1- \cos \theta}} \ {\rm d}\theta - \int_\pi^{2\pi} \frac{\sin \theta}{\sqrt{1- \cos \theta}} \ {\rm d}\theta\right).$$
E: $$\int \frac{\sin \theta}{\sqrt{1-\cos \theta}} \ {\rm d}\theta = \int \frac{1}{\sqrt{u}} \ {\rm d}u = 2\sqrt{u}+c = 2\sqrt{1-\cos \theta} + c, \qquad c \in \Bbb R.$$
Desta forma o comprimento procurado é:
$$s = 2\sqrt{2} \left(2\sqrt{1 - \cos(\pi)} - 2\sqrt{1 - \cos 0} - (2\sqrt{1 - \cos(2\pi)} - 2\sqrt{1 - \cos(\pi)})\right) = 2\sqrt{2}(2\sqrt{2} - 0 - (0 - 2\sqrt{2})) = 16.$$
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 21:11:49 GMT -3
Solução:
a) A função não é contínua em $(0,0)$, basta tomar o caminho $\gamma(t) = (t,0)$ e temos: $$\lim_{t \to 0} \frac{\sin t^2}{t^2} = 1 \neq f(0,0).$$
b) A função é contínua em $(0,0)$ pois: $$\lim_{(x,y)\to(0,0)} \frac{x^2-y^2}{\sqrt{x^2+y^2}} = \lim_{(x,y)\to (0,0)} x \frac{x}{\sqrt{x^2+y^2}} - y \frac{y}{\sqrt{x^2+y^2}} = 0 = f(0,0),$$ pois $x$ e $y$ vão pra zero, e tanto $\frac{x}{\sqrt{x^2+y^2}}$ e $\frac{y}{\sqrt{x^2+y^2}}$ são limitadas entre $-1$ e $1$.
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 21:31:23 GMT -3
Solução: As equações da reta tangente nada mais são do que as equações dos planos tangentes às superfícies no ponto em questão. Com efeito, a reta é a interseção de tais planos. A primeira superfície do enunciado tem como função modelo $f(x,y,z) = 2x^2+y^2+2z^2$, e imediatamente temos $\nabla f(1,1,1) = (4,2,4) = 2(2,1,2)$. Assim, o primeiro plano é: $$\pi_1: \ \langle 2(2,1,2), (x-1,y-1,z-1)\rangle = 0 \implies \pi_1: \ 2x + y + 2z = 5.$$
Chamando $g(x,y) = e^{x-y}$, temos que um vetor normal à superfície é $\left(\frac{\partial g}{\partial x}(1,1), \frac{\partial g}{\partial y}(1,1), -1\right),$ isto é, $(1,-1,-1)$. Portanto o segundo plano é: $$\pi_2: \ \langle (1,-1,-1),(x-1,y-1,z-1)\rangle = 0 \implies \pi_2: \ x-y-z = -1.$$
Portanto a reta procurada é: $$r: \begin{cases} 2x + y + 2z = 5 \\ x-y-z = -1 \end{cases}.$$
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 21:40:27 GMT -3
Solução:
a) $$\begin{align}\frac{\partial f}{\partial x}(x,y) &= \frac{1}{1+x^2}e^{x^2+y^2} + 2x(y + {\rm arctg} \ x)e^{x^2+y^2} \\ \frac{\partial f}{\partial y}(x,y) &= e^{x^2+y^2} + 2y(y + {\rm arctg} \ x)e^{x^2+y^2}\end{align}$$
b) Como $f$ é diferenciável (pois tem derivadas parciais contínuas em todos os pontos), vale que $\frac{\partial f}{\partial(1,1)}(0,0) = \langle \nabla f(0,0), (1,1) \rangle$. Pelas expressões do item anterior, temos $\nabla f(0,0) = (1,1)$. Assim obtemos $\frac{\partial f}{\partial(1,1)}(0,0) = 2$.
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 21:57:32 GMT -3
Solução: Planos paralelos tem direções normais paralelas. Vamos achar um vetor normal ao plano $P$. A superfície tem como função modelo $f(x,y,z) = x^2-2y^2 + z^2$, donde segue imediatamente que $\nabla f(x,y,z) = (2x,-4y,2z)$, e daí $\nabla f(1,2,3) = (2,-8, 6) = 2(1,-4,3)$.
Assim, já temos que $Q: \ x - 4y + 3z = d,$ onde $d$ é uma constante a ser determinada pelo ponto de tangência, distinto de $(1,2,3)$. Seja $(x_0,y_0,z_0)$ tal ponto. Temos que $x_0^2-2y_0^2+z_0^2 = 2$ e que $\nabla f(x_0,y_0, z_0) = \lambda (1,-4,3),$ para algum $\lambda \in \Bbb R$. Em detalhes: $$\nabla f(x_0,y_0, z_0) = \lambda (1,-4,3) \implies \begin{cases} 2x_0 = \lambda \\ -4y_0 = -4\lambda \\ 2z_0 = 3\lambda\end{cases},$$ e daí $x_0 = \lambda/2, y_0 = \lambda$ e $z_0 = 3\lambda/2$. Na equação da superfície, temos: $$\frac{\lambda^2}{4} - 2\lambda^2 + \frac{9\lambda^2}{4} = 2 \implies \frac{2\lambda^2}{4} = 2 \implies \lambda = \pm 2.$$
Se $\lambda = 2$, recuperamos o ponto inicial $(1,2,3)$. Então tomemos $\lambda = -2$, e obtemos o novo ponto de tangência, $(-1,-2,-3)$. Forçando o ponto a satisfazer a equação do plano, temos: $$-1-4(-2)+3(-3) = d \implies d = -2.$$
Portanto $Q: \ x-4y+3z = -2$.
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Post by Ivo Terek on Jan 6, 2015 22:25:36 GMT -3
Comentários:
- Questão 1: aquela integral na sua cara assusta, mas o intervalo de integração é a dica que você tem que olhar pra paridade do integrando. Não pode entrar em pânico aqui.
- Questão 2: tem que estar um pouco habituado com funções hiperbólicas. Não pode ser um robôzinho que vê um limite e dá um tiro de L'Hospital aqui, também. Precisa pensar antes de agir.
- Questão 3: straightforward se você teve um curso decente de Cálculo 1.
- Questão 4: essa questão foi um inferno. Algebrinha demais.
- Questão 5: sem usar um canhãozinho (complexos) deve ser tenso. Integração por partes várias vezes, ou coisa do tipo.
- Questão 6: achar o elemento de arco em coordenadas polares foi fácil, estando habituado a (formas) diferenciais. Mas não é algo tão direto assim. Sem contar aquela integral chata no fim. Relativamente difícil.
- Questão 7: muito fácil se você fez um curso decente de Cálculo 2. Eis a questão: esse conteúdo é dado lá no Cálculo 1 ou 2?
- Questões 8, 9 e 10: São exercícios padrão de Cálculo 2 e não devem oferecer dificuldades pra quem estudou.
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Post by Diego Fernandes on Jan 6, 2015 22:39:28 GMT -3
Só achei ruinzinha as questões 4 e 5. Achei a prova tranquila, no geral. Aliás, gostei da sacada para a questão 1. Eu rodaria um bocadinho antes de pensar nesta saída (se eu chegasse a tanto). Muito boa as questões e excelentes resoluções, Ivo!
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Post by Diego Fernandes on Jan 6, 2015 22:45:47 GMT -3
A propósito, a letra B da questão 3 já foi até questão de prova minha, em Cálculo 1. Straightforward indeed haha
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Post by Victor Chaves on Jan 31, 2015 8:25:57 GMT -3
O link está quebrado, aqui vai a prova.OBS.: essa prova é do concurso CG, feito apenas por oficiais das forças armadas. O concurso de admissão para o público é o CFG, que tem uma prova diferente.
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